Ontem fora divulgado o
resultado das fases 1 e 2 do concurso para professores do Paraná.
Infelizmente a fase de
redação eliminou grande número de profissionais. O que mais deixa os
profissionais indignados é que não houve a divulgação do desempenho individual
do candidato conforme previsto em edital e sim apenas uma lista que constrangeu
as pessoas inscritas, uma vez que se divulgou o resultado da fase 1 e da fase 2
e, quem estava na fase 1 e não viu seu
nome na fase 2 ficou arrasado. Também a instituição que fez o concurso – PUC /
PR – não apresentou a banca que fez as correções e nem quais critérios cada
corretor usou, muito menos as notas individuais e o desempenho de cada
candidato na redação.
O pior é a pérola que o vice
governador e secretário da educação, Flávio Arns, soltou: “O nosso objetivo não
é apenas preencher vagas. Queremos os melhores profissionais para atender à
população com qualidade”. (Fonte:http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=75687&tit=Divulgado-o-resultado-da-primeira-etapa-do-concurso-da-Educacao).
Infelizmente a lógica do Senhor
Secretário da Educação e vice - governador deve ser: você que é professor
temporário, PSS não tem qualidade para passar em um processo sumário, mas tem
qualidade para ficar mendigando aula, abrindo e encerrando contrato todo ano,
cada dia em uma escola, aguentando humilhação, sem saber quanto vai ganhar no mês
seguinte, sem saber como vai pagar suas contas, sem certeza de aulas ou de que
alguém não vai simplesmente chegar com uma ordem de serviço e deixá-lo
desempregado. E você que já é concursado, está há anos em uma sala de aula, sob
o regime QPM, não é competente, afinal passou em outro concurso e não foi capaz
de passar nesse com muito mais critérios.
Ou seja pais, coloquem seus filhos em uma escola particular, pois são poucos professores na ótica do governo qualificados para ensiná-lo.
O pior é saber que colegas que já defenderam teses de mestrado, doutorado, já escreveram ou escrevem em periódicos, revistas, jornais, foram considerados incapazes por um tema mal elaborado de redação; tema dúbio, com muitos argumentos para ser desenvolvido em apenas 20 linhas.
Mas penso que a vergonha não
é para nós, professores, mas para o governo, que fez tanto marketing da
educação paranaense, falando em capacitações, usando o concurso como promoção e
agora, um monte de gente eliminada? Com os critérios adotados o problema não
devem ser os professores, visto que muitos já estão em sala de aula, mas a incompetência
de uma instituição particular que promoveu um concurso público de acordo com o
seu ponto de vista sem analisar as verdadeiras necessidades do Estado. E de um governo, que está tentando menosprezar a categoria docente. Só esses governantes esquecem que uma maioria desses profissionais se formou em faculdades públicas e também há pessoas consideradas incapazes que frequentaram instituições particulares.
Gostaria de saber se algum
desses anônimos que corrigiram as redações já estiveram em uma escola de
periferia, com necessidades generalizadas. Também fico me perguntando se uma
redação é mais importante que o conhecimento de sua disciplina específica e dos
fundamentos de educação.
Os recursos estão aí para
serem protocolados. Mas com a soberba da citada instituição e como já
demonstraram nas provas, dificilmente sequer vão ler esses recursos, quanto mais
aceitar. Também apoiados por um governo que já evidenciou que quer mídia em
cima de uma pseudo-qualidade não é de se esperar muito.
A quem está contente que “passou”,
ainda tem mais duas fases! Boa sorte.