Historicamente, a ocupação do Distrito tem origem no tropeirismo, por ser ponto estratégico no caminho das tropas.Por volta do ano de 1890, jesuítas chegaram à região com a finalidade de catequizar os povos ali existentes, criando uma redução, sendo eles também responsáveis pelas primeiras demarcações do distrito.
O distrito está inserido no Município de Ponta Grossa, este localizado na região centro-sul do Estado do Paraná, no 2º Planalto Paranaense. O distrito de Itaiacoca insere-se a sudeste da sede, fazendo divisa ao Norte com o município de Castro, à Leste com o município de Campo Largo e ao Sul com o Município de Palmeira.
O distrito é integrado pelas localidades de Barra Grande, Biscaia, Cerrado Grande, Campinas, Caeté, Imbuia, Mato Queimado, Princesa do Ribeira, Ribeirão da Cruz, Rio de dentro, Roça Velha, Rio Bonito, Serradinho, Sete Saltos, Anta Moura, Carazinho, Passo do Pupo, Conceição, Caçador dos Casemiros, Bairro dos Ingleses, Boa Vista, Barra Preta, Durval Menezes, Carandá, entre outras.
O acesso a Itaiacoca se dá pela PR 513, a Rodovia do Talco, asfaltada até o Km 32, localidade de Biscaia. O tráfego de caminhões que transportam minérios e madeira advindos da região ajuda na deteriorização da estrada.
Com relação ao relevo, a região é homogênea, compreende diversos tipos de terrenos formados em diferentes períodos, topografia muito dissecada, o que possibilita a formação de vales encaixados, encostas íngremes, com declives montanhosos e fortemente ondulados. Verifica-se duas bacias hidrográficas: ao Sul, em menos proporção, cursos d’água formadores do Alto Tibagi; o restante, a maior parte da região, é cortada por cursos d’água e nascentes formadores do Alto Ribeira, ao qual pertencem as micro bacias dos arroios Três Barras, Bonito e Sete Saltos. Os dois principais rios que cortam a região são o Ribeirão Grande e o Guarituba. Também temos outros rios, como São Pedro, Arroio Três Barras, Rio da Areia e Rio Três Barras.
Quanto ao solo, existem áreas que predominam os cambissolos, tendo como determinantes o granito de origem e o relevo. Em toda a região ocorrem solos litólicos e áreas de afloramento de rochas, muitas vezes associadas a outras classes de solos.
A vegetação da Região é formada por campos e matas. No alto da escarpa aparecem os campos, estando a área inserida em uma região maior, conhecida como Campos Gerais. Matas ripárias são encontradas em diversos arroios e rios. Praticamente na atualidade inexistem florestas primárias. A vegetação remanescente encontra-se em diversos estágios de sucessão, como capoeirinha, capoeira, capoeirão e floresta secundária.
Segundo pesquisas realizadas por geólogos, nessa região se encontra um dos maiores potenciais de minérios do Estado do Paraná, onde foram detectados ferro, manganês, ouro, prata, chumbo etc. Entretanto, os danos ambientais causados a essa localidade são enormes, como a poluição de arroios e córregos, o ar, e a vegetação. Também, muitos proprietários vendem ou arrendam sua terras a madeireiras, estas, desmatam os locais e fazem o reflorestamento de Pinus, destruindo assim a mata nativa. Também a atividade agrícola e o uso intensivo de agrotóxicos tem gerado problemas nos arroios e córregos, já demonstrando mudanças na coloração e sabor da água.
A principal estrada é a Estrada do Cerne e a rodovia de acesso, a PR 513 mas as estradas auxiliares como as que dão acesso ao Passo do Pupo , Biscaia e demais localidades fazem a diferença na vida dos habitantes desta localidade.
De acordo com os dados do censo de 2000, a população tem diminuído conseqüência do êxodo, e, o distrito, apresenta baixa densidade demográfica, cerca de 3,5 hab/Km². A mestiçagem entre europeus e guaranis outorgou ao habitante local traços diferenciados.
Itaiacoca conta com diversos atrativos naturais, como:
Buraco do Padre: reserva particular, aberta de quarta a domingo. É uma furna de 43m de altura e 30m de diâmetro. A origem do nome se deve aos Jesuítas que passaram pela região. Porém os turistas nem sempre respeitam a natureza, ligando som alto nos seus carros, prejudicam a fauna e flora, fazem queimadas além de deixarem lixo no local. Foi transformada em Unidade de Conservação em 09 / 12/ 1992, pela Lei nº 4.832/92.
Furnas Gêmeas: formadas por duas furnas de aproximadamente 40 m de profundidade cada uma delas, com diâmetros similares. O cultivo agrícola próximo é preocupante, pois origina intenso processo erosivo.
Dolina Grande: acesso pelas Furnas Gêmeas. É uma formação geológica típica do segundo planalto. O maior impacto se dá devido ao cultivo agrícola próximo.
Cachoeira da Mariquinha: uma queda d’água com aproximadamente 500 m, abrigando formas exóticas de rochas e capões de mato, formando um rico conjunto paisagístico. Infelizmente o lixo deixado pelos turistas agrava a situação da natureza.
Mirante da Pedra Grande: destaque à “gruta mirante”, com um efeito visual belíssimo para a imagem das matas.
Gruta Olhos D’Água: formações calcárias salvas pela presença da sílica. Foi uma antiga minha de extração e ainda há a presença dos fornos. Bastante degradadas pois não há controle de visitação.
A comunidade é composta basicamente de agricultores, lavradores e criadores de animais e que vivem de seus próprio trabalho.
A atividade primária é o extrativismo mineral e vegetal, além da criação de animais, como suínos, bovinos e aves, além do artesanato e fabricação próprias de produtos que serão vendidos na cidade.
A atividade intensa de mineração da “Cal Ponta” em Três Barras e a “Color Minas” na Lagoa dos Pintos, além da Mina São José de retirada de Talco e Calcário demonstram o potencial de extrativismo.
Quanto a agricultura, a mais difundida no município é a do tipo familiar, ou seja, cultura de subsistência e o excedente vendido no centro urbano, compondo a economia de diversas famílias.
As principais culturas é a do milho, feijão, batatinha, batata-doce, mandioca, verduras, legumes e hortaliças em geral. Verifica-se ainda um tradicionalismo nas culturas e sistemas ainda primitivos, como o trabalho por empleitada, a onça, a talha, etc.
Verifica-se que a mineração é o principal meio extrativista e a cultura de pequenas lavouras são atividades determinantes e marcantes na região.
Porém, estas ainda estão não se interligaram totalmente. A mineração é uma atividade que de certa forma modifica a paisagem e degrada o solo e a vegetação local. Porém, a agricultura é também uma atividade degradante. Entretanto a mineração é limitada, finita, e se o solo estiver degradado a atividade da agricultura também acaba se extinguindo.
É necessária uma organização sustentável advinda de incentivos governamentais e uma preocupação racional a fim de que as atividades não se extingam, o êxodo aos grande centro diminua e essas famílias possam manter suas atividades e sua rotina. Também mutirão de conscientização e a cooperação entre as famílias é fator necessário para que haja equilíbrio entre subsistência e preservação ambiental.
Também, evitar que essas famílias saiam da região rural para se aventurarem na cidade é importante, pois evita a diminuição da população nas localidades, o inchaço populacional no centro urbano e o aumento de favelas como normalmente ocorre e observa-se no Bairro Jardim Paraíso.
Quanto às mineradoras, estas devem desenvolver uma exploração sustentável, ou seja, à medida que extraem e degradam repor o solo e tentar torná-lo reutilizável após o período de extração.